quarta-feira, 27 de maio de 2009

Planejamento de Ensino

Tema: Poesia

Justificativa

O texto é a unidade que concretiza as competências e habilidades lingüísticas relacionadas às situações concretas. Assim, cada texto proposto pelo professor é feito um trabalho de análise baseada no conteúdo, na estrutura e no discurso que ele apresenta, neste projeto apresentamos as estratégias que poderão ser realizadas através da leitura de uma poesia e interpretação de texto poéticos.A leitura poética não só aproxima desse gênero textual como exerce um papel importante na formação da sua expressão verbal. Portanto, a proposta de se trabalhar com a poesia de Cecília Meireles, é que entre suas obras de poemas e sonetos ela também se dedicou muito nos livros e poesias infantis.

Objetivo

· Possibilitar a análise estrutural de um texto poético.
· Conhecer o modo correto de escrever verbos com estrofes.
· Trabalhar a habilidade da oralidade.
· Desenvolver o gosto pela poesia.
· Estimular o trabalho em grupo.
· Discutir e validar as diversas interpretações.
· Interdisciplinar os conceitos.

Metodologia
Reunir os alunos para uma roda de conversa, para iniciar as atividades de leituras compartilhadas da poesia, fazendo com que os alunos se sintam a vontade para interpretar e recitar as poesias.
· Trabalhar em grupo na biblioteca, para que os alunos possam escolher na prateleira o livro que quiser.
· Trabalhar poesia e as habilidades dos alunos em grupos com a língua oral e escrita.
· Elaborar um mural na sala de aula onde os alunos durante a semana, possam colar os versos escritos, com rimas, de diversos temas, são procedimentos que vão criando um ambiente para que todos possam ler e assim tomar gosto pela leitura.
· Propor a integração do tema em outras ciências.

Público Alvo
· Alunos da 3ª e 4ª série do ciclo 1
Conteúdos
· Texto Poético.
Recursos
· Folhas de papel sulfite
· Cartolina
· Canetinhas coloridas
· Cola


Avaliação
Continuada, observando o desenvolvimento da criatividade e produção da escrita dos alunos. Registro, os debates e opiniões a cada atividade em grupo.

Anexos:
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles
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Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
Cecília Meireles
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Sonhos da menina

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
Ou na fronha?

Sonho risonho:
O vento sozinho
no seu carrinho।

De que tamanho
seria o rebanho?

A vizinha
apanha a sombrinha
de teia de aranha...

Na lua há um ninho
de passarinho।

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua de fronha?

Cecília Meireles
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O Mosquito escreve

O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.

O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.

Este mosquito esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.

Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.

Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?

E ele está com muita fome.

Cecília Meireles
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A pombinha da mata

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com fome”,
disse o primeiro,
"e não tem nada para comer."

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.

"Eu acho que ela ficou presa",
disse o segundo,
"e não sabe como fugir."

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com saudade",
disse o terceiro,
"e com certeza vai morrer"

Cecília Meireles
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Leilão de jardim

Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão).

Cecília Meireles
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Colar de Carolina

Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina, põe coroas de coral
nas colunas da colina.

Cecília Meireles
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Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles
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Rômulo Rema

Rômulo rema no rio.
A romã dorme no ramo, a romã rubra. (E o céu)

O remo abre o rio.
O rio murmura.

A romã rubra dorme
cheia de rubis. (E o céu)

Rômulo rema no rio.
Abre-se a romã.
Abre-se a manhã.
Rolam rubis rubros no céu.
No rio,
Rômulo rema

Cecília Meireles
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Cavalinho Branco

À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde sempre é feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!
Desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada.

Cecília Meireles
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O menino azul

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler)

Cecília Meireles
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O menino azul” A poesia apresentada é trabalhada através da interdisciplinaridade bem como através dos temas transversais:

Português: Sensibilização, leitura compartilhada, leitura oral e escrita, leitura individual e interpretação de texto; versos, estrofes, sinais de pontuação, plural grau o substantivo e dificuldades de ortografia.
Geografia: Localização, mapas do bairro escrita do endereço dos alunos.
Ciências: Animais, a natureza, as estações do ano no texto é apresentado à primavera, quais são as outras estações do ano।
Matemática: Invente problemas com as palavras do texto... Por ex:
Em um vaso azul há três dezenas de rosas, no vaso verde há uma dezena de cravos. Qual o total de fores?
História: Os alunos irão realizar atividades de pesquisa na biblioteca sobre a autora do texto, ou seja, uma bibliografia de Cecília Meireles.
Apontar característica do burrinho apresentadas no texto, verificar se um burro realmente tem essas qualidades, perguntar o que será que o menino estava procurando (amigo).

Biografia
Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica e altamente personalista, freqüentemente simples na forma, mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela importante posição na literatura brasileira do século XX. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 07/11/1901 e veio a falecer na mesma cidade em 09/11/64. Casou-se duas vezes e deixou três filhas.
Embora vivendo sob influência do Modernismo, apresenta ainda em sua obra heranças do simbolismo e técnicas do classicismo, gongorismo, romantismo, parnasianismo, realismo e surrealismo, razão pela atual sua poesia é considerada intemporal.
Órfã desde tenra idade (aos 3 anos já perdera os pais e três irmãos que nem chegou a conhecer), foi criada pela avó Jacinta Garcia Benevides. Desde cedo se habituou ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sua consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesia aos 9 anos de idade. Tornou-se professora pública aos 16, destacando-se como aluna exemplar, merecendo a estima dos mestres. Dois anos depois iniciou sua carreira literária com a publicação de Espectros (1919), uma coleção de sonetos simbolistas.
A década de 20 foi uma época de revolução na literatura brasileira, mas o trabalho de Cecília naquele período mostra pouca afinidade com as tendências nacionalistas então em voga, ou com o verso livre e a linguagem coloquial. Boas partes dos críticos, inclusive, consideram suas formas mais tradicionais de poema (como sonetos) o ponto mais alto de sua obra. Com Nunca mais. . . E Poema dos Poemas (1923) adere ao Modernismo. Em 1924 sai Criança meu amor e em 1925 Baladas para El-Rei.
Entre 1925 e 1939 dedicou-se à sua carreira docente publicando vários livros infantis e fundando, em 1934 a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro (a primeira biblioteca infantil do país). A partir deste ano ensinou literatura brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e em 1936 foi nomeada para a UFRJ, recém-fundada.
Cecília reaparece no cenário poético após 14 anos de silêncio com Viagem (1939), considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte. Vários de seus livros são inspirados nas muitas viagens que fez, viagens estas de grande significação, pois a autora extraiu do contato com gente, costumes e idiomas diferentes matéria de melhor compreensão da vida e da humanidade.
Entre os vários livros de poesia publicados após 1939 tem-se: Vaga Música (1942), Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Romanceiro da Inconfidência (1953), Metal Rosicler (1960), Poemas Escritos na Índia (1962), Solombra (1963) e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil, 1964).
Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos। Produziu também prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas circunstanciais. Algumas de suas obras em prosa: Giroflê giroflá (1956), Escolha seu Sonho (1964) e Inéditos (crônicas - 1968).

Referências bibliográficas:

· Acervo paradidáticos: livros de poesias da sala de leitura.
· Pesquisas colhidas na visita ao museu da língua portuguesa.
· Pesquisa no Google sobre os autores as poesias infantil, e as obras da autora. Cecília Meireles citada no projeto.
· Dicionários Aurélio।

GRUPO: ADELINA S. LOPES DE OLIVEIRA.
SÔNIA ERNESTINA DE OLIVEIRA
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